Potenciais Relacionados a Eventos (PRE)
São alterações na atividade do eletroencefalograma (EEG) que ocorrem em resposta a acontecimentos concretos, à sua ausência ou em antecipação a atividades motoras.
Durante o EEG administram-se vários estímulos (pelo menos seis vezes) para obter os PRE. Administra-se o mesmo estímulo, várias vezes, simples e de curta duração: flashes luminosos, bips, frases muito curtas, etc.
Com o resultado do EEG em mãos, corta-se o traçado (janelas) 100 µseg antes do estímulo até 900 µseg após. Faz-se a média aritmética das janelas destes estímulos e calcula-s o PRE. Isto é uma detecção de sinal dentro de ruído.
Modalidades mais comuns
Sensoriais e somato-sensoriais
Estímulos somáticos
Estímulos visuais
Estímulos auditivos
Potencial de preparação (PP): 7.5 µv até 1 segundo antes da resposta motora. (E1 abaixo significa primeiro estímulo ou estímulo alarme)
Variação contingencial negativa (VCG): 7-9µV, aumenta com a probabilidade de um segundo estímulo (E2)
Psicopatas não produzem o rebaixamento desta onda, ela continha perto da linha base.
Racional e metodologia de obtenção
Os PRE apresentam-se sob a forma de ondas complexas (de vários componentes) que representam alterações de voltagem.
Componentes
P= polaridade +
N= polaridade -
Sub-índice numérico que indica o tempo de latência após a ocorrência dos eventos
Tipos de componentes
• Exógenos (<200ms) – são mais interferidos pelas características físicas do estímulo ou evento
• Endógenos (>200ms) – são mais interferidos pelas características psicológicas do indivíduo e da tarefa a efetuar
Significado neuropsicofisiológico
A sequência temporal dos potenciais reflete o processamento da informação no SNC, desde as estruturas e vias aferentes mais externas até os centros corticais superiores.
N<100 – recepção sensorial
N100 (2-4mv) – ateção seletiva. Maior amplitude no canal atendido em experiências de escuta dicótica (Exemplo de um experimento de escuta dicótica: lado esquero – 1 estímulo, lado direito – outro estímulo. Pede-se ao indivíduo para contar apenas estímulos do lado direito). A curva é tanto maior quanto mais difícil é a discriminação dos estímulos. Se esta curva não aparece, pode-se dizer que o indivíduo tem déficit de atenção seletiva.
N200 (Mismatch Negativity) – habitua-se o indivíduo a um estímulo e quando o estímulo falta, sua ausência causa PRE. Indicador da capacidade adaptativa do SNC a estímulos habituadores. Por exemplo, o indivíduo ouve durante uns dois minutos um bip a cada 2 segundos e de repente o estímulo é nulo: bip..bip..bip..bip..bip............bip..bip..bip..bip.........
P200 (2-4mv) – tanto maior quanto maior a relevância intrínseca dos estímulos
P300 (4-6mv) – avaliação e categorização do estímulo. É tanto maior quanto mais emociógeno ou raro for o estímulo (Oddball)
> P300 (5-7 mV) – Organização e execução de respostas.Tanto maior quanto mais difícil o reconhecimento do estímulo ou execução da tarefa
N400 (3-5mv) – apresenta maior amplitude para tarefas de processamento de estímulos verbais incorretos ou de significado ambíguo. Obtém-se através de frases muito curtas e erradas: “O leite é preto”.
Oddball – administra-se dois estímulos diferentes ao indivíduo. O primeiro é administrado 80% das vezes (estímulo comum) e o outro 20% das vezes (mais raro). Os potenciais do segundo estímulo têm amplitude maior. Isso significa que o estímulo raro foi avaliado e identificado como tal. A ausência desse processo significa capacidade adaptativa do SNC (adaptação ao estímulo).
Significado clínico, exemplos: Na esquizofrenia há atenuação do P300 e aumento do P200. No alcoolismo há atenuação do P300.
Cartografia da atividade elétrica do cérebro
Quanto maior a atividade elétrica do eletrodo, aparece mais vermelho na cartografia
Marcadores: neurociências, neuropsicofisiologia
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