segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Neurociências



1930 – primeiro registro de ondas cerebrais em humanos. Este registro é designado “eletroencefalograma” (EEG)

1965 – primeiro registro de Potenciais Evocados (PRE – Potenciais Relacionados a Eventos)

1990 – é desenvolvida a técnica de BEAM (Brain Electrical Activity Mapping), ou cartografia da atividade elétrica cerebral


ELETROENCEFALOGRAFIA



Procedimento que permite registro dos potenciais elétricos espontaneamente produzidos pelos neurônios e captados na superfície externa do crânio. Para uso clínico registra-se a alteração de tais potenciais em função de estimulação padronizada: hiperventilação, abertura ocular e fotoestimulação.

As alterações de voltagem do EEG refletem a atividade simultânea de milhões de neurônios. O EEG é mais sensível à atividade dos neurônios corticais e à atividade dos neurônios da camada V do córtex, embora também seja possível captar atividade subcortical. O EEG é particularmente sensível à despolarização dendrítica. O EEG de alta densidade capta melhor a atividade subcortical porque utiliza muito mais eletrodos.


Apesar de todas as limitações listadas acima, o EEG permite registrar parte do potencial de ação neuronal que sustenta a transmissão e processamento de informação no Sistema Nervoso Central (SNC).

Principais sistemas de controle do SNC:

SARA – formação reticular mesencefálica (estabelece ritmo à atividade cerebral)

Sistema talâmico difuso

Neo-estriado

Feixe prosencefálico medial

Núcleos da rafe e locus ceruleus – aumentam ou diminuem a atividade eletroencefálica (regulam os ciclos de sono e vigília).



Metodologia de obtenção (Sistema Internacional 10-20 ou SI 10-20)

Codificação das localizações: utilizam a inicial (ou iniciais) da área cerebral onde está localizado o eletrodo.

FP – Fronto polar (região frontal ou testa)

F – frontais (atrás dos FP)

C – centrais (fronteira entre os lobos frontal e parietal)

P – lobo parietal

T – lobo temporal

O – occipitais

Sub-índice numérico:

Números pares à direita e números ímpares à esquerda. Utiliza-se a letra “Z” para a linha mediana.

Se não entendeu, veja a figura abaixo: (é uma cabeça vista de cima)






Para aferir perfeitamente, mede-se a linha naso-occipital. O Fp deve ficar a 10% da distância total, o Fz a 10%+20% e o Cz a 10%+20%+20%. Também mede-se a distância orelha a orelha e o primeiro eletrodo temporal fica a 3 cm da orelha esquerda (T3).




Fz, Cz e Pz são os eletrodos mais utilizados para a obtenção de potenciais evocados. As 3 medidas mais importantes são Pc (parieto-central), orelha a orelha e naso-occipital.



Montagem bipolar


Todos os eletrodos estão ativos e são comparados entre si 2 a 2 mais o eletrodo terra. Serve para aferir a diferença de voltagem entre as localizações. É útil para comparações interhemisféricas, como por exemplo, estudos de lateralização hemisférica de funções (como a fala, que geralmente se localiza no lado esquerdo do cérebro).


Montagem monopolar

Todos os eletrodos ativos são comparados com 1\2 eletrodo(s) em zona neutra ou pouco ativa, além do eletrodo terra. É uma medida exclusiva do local em que cada eletrodo se encontra.

Localização dos eletrodos de referência: nariz, lóbulo das orelhas ou mastóides (só se for difícil obter boa fixação nas orelhas). Os eletrodos de referência têm que estar em local onde não seja parasitado por outras atividades (por exemplo, ação muscular pode alterar potenciais quando excitado durante o exame).



Parâmetros de Análise



Delta – 0.5 a 4 ciclos por segundo, amplitude 400-100μv

Teta – 4 a 8 ciclos por segundo, amplitude 50-100 μv

Alfa – 8-12 ciclos por segundo, amplitude 20-50 μv

Beta – 50 ciclos por segundo, amplitude 50 μv




3 parâmetros de análise: frequência, intensidade ou amplitude e morfologia. Geralmente aplicam-se filtros para os ritmos desejados sobressaírem. Cada ritmo é encontrado mais frequentemente numa área do que em outra, variam de indivíduo para indivíduo e mesmo com o horário do dia.



Delta δ   Localização Difusa
Significado Em adultos aparece só durante o sono profundo. É sinal de imaturidade do SNC se persiste além dos 3 meses de idade. Aparece em estados raros de confrontação hostil

*DESATIVAÇÃO

Teta θ
Parieto-occipital
Mais frequente em crianças. Em adultos, é encontrada em patologias, transtornos de personalidade , ocorrendo mais em psicoparas do que na população geral. Aparece em estados emocionais intensos (imaturidade emocional)

*ATIVAÇÃO CORTICAL

Alfa α
Occipito-parieto-temporal bilateral
Vista durante o funcionamento cerebral durante o dia, relacionada ao estado de vigília (repouso, olhos fechados) Irregular. Pode ser produzida por atividade física ou mental, fármacos estimulantes, estados emocionais ou estresse intenso

Beta β
Frontal, sobretudo região rolândia
Irregular. Pode ser produzida por atividade física ou mental, fármacos estimulantes, estados emocionais ou estresse intenso


Significado neuropsicofisiológico

Investigação fundamental

Lateralização:

Hemisfério esquerdo                 X                  Hemisfério direito

Tarefas verbais                                            Tarefas visuo-espaciais
processamento analítico                               processamento sintético
emoções positivas                                       emoções negativas

Personalidade: introverditos tem frequência maior no EEG que extrovertidos


Estudos de sono
Origem de fenômenos no EEG como fusos de sono e ondas δ.

Estudos clínicos
Alterações ritmicas por referência aos padrões normais são sempre sugestivas de patologia. Por exemplo, na esquizofrenia, 40-50% dos pacientes não manifestam o Reflexo Orientação (RO) face a estímulos inócuos.

*Reflexo Orientação (RO) – definido por Pavlov, há maior orientação motora e de órgãos sensoriais para a fonte de estímulo e há resposta neurofisiológica que faz parte deste reflexo. Estímulo que necessita de atenção moderada (o ritmo cerebral após aluns segundos vai lentificar).

Na esquizofrenia há inibição do Reflexo Defesa (RD) com estímulos distrativos.

*Reflexo Defesa (RD) – estímulo que causa RD leva a aumento da frequência cardíaca (FC) e dessincronização o EEG.

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