sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Transtornos borderline e anti-social na midia - II

Continuacao da reportagem da revista Isto E, volume 1800 de 7/4/2004 que pode ser acessado aqui!




OS TRANSTORNOS NAS TELAS DOS CINEMAS





Um dos mais renomados pesquisadores do País na área da psiquiatria e da cultura, o psiquiatra e analista José Paulo Fiks falou dos seguintes filmes a ISTOÉ






CIDADE DE DEUS



• O filme Cidade de Deus avisa logo no início que era para aquele local que iam os rejeitados sociais do Rio de Janeiro. Esses rejeitados encontram o seu espaço na favela e entre a droga. O filme mostra como o personagem Zé Pequeno, com a sua psicopatia, encontra o seu espaço na hierarquia do mundo do tráfico: é a psicopatia como fator de ascensão na hierarquia da favela










INSTINTO SELVAGEM



• É um encontro de transtornos de personalidade com os personagens Catherine Tramell (Sharon Stone) e Nick Curran (Michael Douglas). Há de tudo: corrupção da polícia, justiça com as próprias mãos, sexo de risco, lesbianismo, sadomasoquismo, falta de ética nas relações profissionais. Não se sabe ao final quem é a assassina, mas essa era a intenção do diretor (Paul Verhoeven). Ainda que seja a Catherine Tramell, ela é uma personagem borderline porque fica claro que tem sentimentos e sofrimentos








OS ÚLTIMOS PASSOS DE UM HOMEM



• O personagem Matthew Poncelet (Sean Penn) é um psicopata. Ele fica o tempo todo se relacionando cinicamente com a freira voluntária, chamada Helen Prejean (Susan Sarandon). É cínico e não demonstra sentimento de culpa. Pouco antes de ser executado, aí sim é que Matthew entra em contato com seus sentimentos. Não é que ele tenha nesse momento deixado de ser um psicopata. É um psicopata que se humanizou








ATRAÇÃO FATAL



• A sedutora Alex Forrest (Glenn Close) é uma borderline. Ela tem sentimentos constantes de abandono, se corta e tenta suicídio. Tem arrependimentos e remorsos, ainda que seja invasiva. É importante lembrar que o diretor do filme (Adrian Lyne) fazia Alex se suicidar no final, mas nas sessões prévias, comuns nos EUA, os espectadores exigiram que ela fosse assassinada, para pagar por tudo o que tinha feito. O fato de o diretor tê-la feito suicida demonstra que a sua intenção era construir uma personagem borderline. Foi o público que exigiu a cena em que ela é morta porque tenta no final assassinar o personagem Dan Gallagher (Michael Douglas)






O SILÊNCIO DOS INOCENTES



A intenção do filme é mostrar o personagem Doutor Hannibal Lecter (Anthony Hopkins) como um anti-social, mas não como um psicopata, apesar de ele ser um canibal. Tanto é verdade que ele se afeiçoa e muito à agente do FBI Clarice Starling (Jodie Foster). O grande vilão, para o público, é o psiquiatra que cuidava dele e o mantinha com focinheira

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