segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A cultura da sub-lebridade

Nos últimos anos temos assistido ao constante extermínio da celebridade (aquele indivíduo que apresenta talento fora do comum e cuja fama se espalha nacionalmente ou globlamente) e à ascenção de um novo tipo de indivíduo para preencher este vácuo: a sub-lebridade.

As sub-lebridades são caracterizadas por possuírem muito pouco talento, desfilarem quase nus assim que os flashes disparam e\ou por terem ficado "famosos" por namorar (ou tentar namorar) um jogador de futebol. Esta cultura da sub-lebridade parece ter proliferado no início deste século, com o lançamento da "televisão realidade" e programas de "entretenimento", como o Big Brother Brasil e o ápice da cultura de tirar a roupa para revistas masculinas (que parece ter se tornado objetivo principal de muitas meninas hoje em dia).


Como resultado, "zés-ninguéns" se tornam celebridades instantâneas, que permanecem enraizados nos sofás de programas popularescos da televisão vespertina ou cujas fotos se estendem num estilo "soft porn" pelas revistas de fofoca, que buscam explorar mais e mais a vida sexual desta incrível fauna exótica (e bota exótica nisto!). Os que desejam esta fama volátil são os que compram este tipo de material garantindo os lucros desta indústria da destruição do self. Sua fama instantânea não tem nada, absolutamente nada com a dedicação a uma arte, talento ou trabalho duro. A fama pela fama, personificada globalmente pela socialite americana Paris Hilton (que ficou "famosa" ao aparecer em um filme pornô caseiro), associada a fotos na capa destas revistas é um fim em si próprio.

Despidos de talento, beleza ou charme, as sub-lebridades criaram uma indústria de comportamentos extravagantes realizados com o único objetivo de mantê-los na mída. E é claro que a cada manchete ou foto em primeira página, as extravagâncias se superam, tornando-se cada vez mais bizarras.

Assim, no Brasil, temos uma tal de Ângela Bismarchi, cujo único feito na vida é realizar o máximo de cirurgias plásticas possíveis para aparecer na mídia durante o carnaval. Geyse da Uniban, que depois de desfilar semi-nua pelos corredores de uma universidade (e quase ser linchada injustamente por causa disso) agora vai desfilar em escola de samba e parece ter um empresário para lidar com sua "agenda". Seguem-se os diversos seres humanos de papel dos reality shows brasileiros, que demonstram a profundidade psicológica de um pires de café e passam o dia a discutir a sexualidade alheias e fofocas. Sem contar a nova geração de "atores" (claro que exceções estão em ordem), escolhidos pelas suas características físicas e não pela sua capacidade lírica. Em geral, eles não fazem nada, não dizem nada e, de fato, carecem virtualmente de qualquer característica de apelo público.

Angela Bismarchi, que "orientalizou" os olhos com cirurgia plástica  para combinar com sua fantasia de carnaval.

E o que acontece com os que verdadeiramente tem talento? Como resultado desta nossa obsessão com as sub-lebridades os verdadeiros talentos - atores e cantores que se dedicam a uma arte ou carreira através de longos anos de treinamento - não tem oportunidade em uma mídia mais interessada em embalagem que conteúdo e entupida de programas de "realidade". É mais barato e mais fácil criar uma celebridade instantânea e dispor dela assim que sua popularidade se reduz do que investir em um talento. E como há diversas pessoas nas ruas que fazem fila para aparecer no Big Brother Brasil, por exemplo, sempre haverá suprimento para esta perversão. É a busca da fama e do dinheiro fácil, o novo Eldorado que se apresenta.

Mas, o mais triste de toda esta cultura é a obsessão de tantas meninas novas que lutam para emular suas divas. Se Paris Hilton dança semi-nua sobre uma mesa na discoteca, milhares seguem seus caminhos. Se Britney Spears cai e vomita bêbada na sarjeta, há uma fila de meninas a imitá-la; e todas querem ter o tamanho recomendado de mamas para saír no carnaval (extra grande). "Se é normal para elas, é normal para nós também...."

Para melhor exemplificar o texto, deixo-vos com uma história que tem movimentado a mídia de celebridades na última semana:


Heidi Montag tem 23 anos e ficou "famosa" ao participar do reality show The Hills, da MTV. Na última semana seu nome apareceu em diversos meios devido a decisão de se submeter a 10 intervenções plásticas no mesmo dia e de modificar completamente seu rosto e corpo (na tenra idade de 23 anos).
Um especialista em vícios das celebridades assim descreveu os procedimentos de Heidi Montag:

"O que ocorreu aqui é o que eu chamo de travestismo da mulher. Em outras palavras, uma mulher quer acentuar sua femilidade, se tornar uma boneca Barbie - e isso sempre me preocupa. Isso geralmente sugere um trauma mais significativo. E ao invés de procurar ajuda, ela se submete a isso..."

O assunto da cultura da boneca Barbie e suas implicações na feminilidade hoje merece um post por si só, que escreverei brevemente.

Fotos: http://oglobo.globo.com/fotos/2008/02/04/04_MVG_rio_angela.jpg
http://www.payer.de/arbeitkapital/arbeit308237.gif
http://perezhilton.com/2010-01-14-heidis-new-boobs-are-huger-than-huge

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1 Comentários:

Blogger Thiago Moraes disse...

olá Vanessa. Obrigado pelo elogio ao meu blog e por segui-lo. Adorei o seu blog, parabens pelos posts! to sempre passando por aqui p conferir as novidades!
um abraço e sucesso!
;)

26 de janeiro de 2010 às 14:12  

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