sábado, 10 de agosto de 2019

Pais e parentalidade positiva


Criar uma criança é também simultaneamente criar um pai e uma mãe. A procriação trata da criação de uma relação totalmente nova entre 3 pessoas, uma situação única e excepcional que comporta enorme força potencial pela intensidade das reações emocionais que provoca, não só entre os três protagonistas mas também à sua volta, no meio familiar e social.
Existem diversas teorias de parentalidade e o post de hoje vai focar especificamente na "parentalidade positiva" e em estratégias dessa linha de pensamento, baseada na psicologia positiva.

As 5 dimensões da parentalidade positiva


Na psicologia positiva, o positivismo e as emoções positivas são a base a criança adquirir uma estrutura resistente de personalidade. A valorização das emoções positivas como a felicidade, os talentos, o saudável relacionamento social com os pares ou o incentivo/promoção do desenvolvimento dos interesses e pontos fortes individuais são essenciais para a construção de uma personalidade positiva e para o desenvolvimento do seu potencial, segurança e bem-estar.

Para que isso aconteça os pais devem conhecer as cinco dimensões da parentalidade positiva:


1. Compreender as necessidades físicas da criança.
2. Promover a segurança da criança.
3. Promover o desenvolvimento, comportamento e a estimulação da criança.
4. Comunicar de forma positiva com o filho.
5. Exercer uma disciplina positiva.

“Parentalidade positiva é um comportamento parental que se baseia no melhor interesse da criança e que assegura o seu crescimento, educação, capacitação, com reconhecimento e orientação, sem violência e com fixação de limites para permitir o seu pleno desenvolvimento.” (Council of Europe, 2006)

O pai e mãe positivos cuidam, capacitam, guiam e reconhecem as crianças como indivíduos no gozo pleno dos seus direitos. A qualidade das trocas afetivas entre os pais e os filhos e a sensibilidade dos pais para interpretar e responder às efetivas necessidades da criança com autenticidade e coerência são competências fundamentais no exercício de uma parentalidade eficaz, responsável e protetora.
A parentalidade positiva não é uma parentalidade permissiva: estabelece os limites que as crianças precisam para as ajudar a desenvolver ao máximo o seu potencial. A parentalidade positiva respeita os direitos das crianças e educa-as num ambiente não-violento.


A Duquesa de Cambridge curtindo a falta de educação da filha de 4 anos, mas corrigindo bondosamente (note como ela segura a princesa Charlote e ela reage sabendo que fez coisa errada).

Aqui vão 3 dicas estratégicas e mãos-à-obra:

1: Foque nas razões que causaram o ato
Em geral as crianças se comportam mal por algum motivo. Por exemplo, um irmão pode bater no outro porque o mais novo pegou um brinquedo dele. Ensine a criança menor a pedir permissão para que a situação não se repita. Se seu filho não está te obedecendo ainda, pode ser que suas expectativas estejam irreais. É sempre bom entender sobre o desenvolvimento normal de uma criança antes de exigir demais e se frustrar.

2: Seja bondoso, mas firme.

Você tem que ser um modelo de respeito aos outros para a criança entender o comportamento. As crianças aprendem imitando os adultos e os pais são as principais formas do comportamento. Quando você grita, humilha ou xinga uma criança, ela aprende e repete esse comportamento. Sua bondade respeitosa acalma a criança e torna a cooperação mais provável. Ser bondoso não é a mesma coisa de ceder, ok? Muitos pais confundem bondade com permissividade. Você pode dizer um NÃO calmo e firme. Não há necessidade de gritar e se agitar. Um Não firme é melhor que um não gritado. Enforce limites e consequências para atos ruins para que a criança aprenda o que esperar do futuro e ter substrato para uma boa tomada de decisões.

3: Seja claro, consistente e mantenha o propósito
Tenha clara as consequências de violar limites antes de enforçar as consequências, ou seja, saiba com calma o que você quer fazer nessas stiuações para não dizer que vai fazer uma coisa (que não dá para por em prática ou que você realmente não quer fazer) e minar sua autoridade. Não adianta ameaçar levar embora de uma festa se você não vai cumprir. Além disso, mantenha a constância, se não vai dar confusão. Uma criança vai testar seus limites para ver o que acontece. Se você a pune hoje mas amanhã permite, você minou sua autoridade e respeito.

Referências: 
Folheto "Política de Apoio à Parentalidade Positiva", Conselho da Europa. Recomendação do Conselho da Europa, 2006.
Serry & Szalavitz. The boy who was raised as a dog: and other stories from a child psychiatrist's notebook - what traumatized children can teach us about loss, love, and healing, disponível aqui.


As 5 dimensões da parentalidade positiva, Mãe-me-quer magazine digital, disponível aqui

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