quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Modelo Sistêmico em Psiquiatria

Psicossomática

Modelo estrutural de S. Minuchin (1975)

A Terapia Familiar Estrutural foi desenvolvida pelo argentino Salvador Minuchin para lidar com problemas dentro de uma família. O terapeuta neste modelo tenta "entrar" no seio familiar durante a terapia para entender as regras invisíveis que governam seu funcionamento, mapear os relacionamentos entre os membros e finalmente, interromper relacionamentos disfuncionais favorecendo a estabilização do grupo em padrões mais saudáveis. Características notadas em famílias patológicas neste modelo incluem:

• Vulnerabilidade fisiológica
• Emaranhamento (alto grau de envolvilmento entre pais e filhos) – menor diferenciação do self?
• Superproteção
• Rigidez (às mudanças)
• Evitamento de conflitos (através de mecanismos como)
  • o Triangulação
  • o Coligação pai-filho
  • o Deslocamento
Minuchin acreditava que uma família é funcional ou disfuncional baseada em sua habilidade em adaptar a um ou vários estressores (Rigidez). Além disso, famílias tendem a ser subsistemas caracterizadas por uma hierarquia de poder, nos quais os pais tipicamente ocupam o "topo" da cadeia. Em famílias saudáveis, as fronteiras pais-filhos são claras, mas fluidas, o que permite a interação dos pais com filhos mantendo ainda graus de autoridade e permitindo a negociação dos objetivos parentais. As crianças não confundem os pais com outras crianças, estes permitem a interação dos pares (irmãos, amiguinhos) para socializar os filhos e não são rígidos ou desligados (ignorando as necessidades de suporte, educação e amor dos pequenos).

Já as famílias disfuncionais exibem subsistemas misturados (emaranhados) e hierarquias de poder impróprias: o filho é o rei da casa (por exemplo), trazido à alta hierarquia parental devido a um pai/mãe física ou emocionalmente ausente.

 Este modelo postulado foi inicialmente para a anorexia, asma e diabetes juvenil. Abordagem familiar estrutural: “Família Fortaleza” – muralha contra eventos externos, mas por dentro os indivíduos têm poucas delimitações, papéis pouco estabelecidos. Na anorexia os papéis da família rígida no desenvolvimento do transtorno, e da figura da mãe (ou pai) "intrusiva" na vida da filha são bem conhecidos e explorados (Hartman, 1995).

Terapia estrutural

Territórios
 Lutos
 Organização das refeições
 Saída
Não vou entrar muito no mérito da terapia propriamente dita. Vou apenas citar Grandesso:
As micro-práticas transformativas
Trata-se de um processo de terapia narrativa com ênfase nas micro-práticas transformativas no contexto da conversação que, através de um processo de questionamento, vem a desestabilizar as narrativas organizadoras dos problemas, dilatando seu horizonte e referência.
O resultado de tal processo de questionamento conduz à organização de histórias qualitativamente ‘melhores’ para o sistema, em torno dos “estranhos atratores”, fazendo referência à teoria do caos. (...) Sluzki considera que as narrativas que surgem no contexto das terapias organizam-se em torno de temas, muitos deles podendo ser considerados universais a qualquer que seja a família: perdas e luto, gênero, ciclo vital, transgeracionalidade e famílias de origem, lealdades e ética relacional, etnia e cultura, estrutura e organização da família, dentre outros.

Toxicodependência
Modelo estratégico-estrutural de M. Ducan Stanton e Todd (1982)

Pseudo-individuação
Primazia da família de origem face à família de procriação
Temática da morte

Um texto Duncan Stanton sobre a toxicodependência está disponível na íntegra nas referência

Alcoolismo
Famílias sob influência (Elkin, 1984)

Games people play: salvador, vítimia e perseguidor – “rescue triangle”
A família alcoólica (steinglass et al, 1987) – prevalência da homeostasia a curto prazo sobre o crescimento a longo prazo

Referências:

ResearchBlogging.org
Duncan Stanton, M. The Role of Family and Significant Others in the Engagement and Retention of Drug-Dependent Individuals. http://nida.nih.gov/pdf/monographs/Monograph165/157-180_Stanton.pdf

Grandesso, M. A. Desenvolvimentos em Terapia Familiar: das teorias às práticas e das práticas às teorias. Disponível na íntegra em http://www.dialogosproductivos.net/upload/publications/04092009174325.pdf

Hartman, D. (1995). Anorexia nervosa--diagnosis, aetiology, and treatment. Postgraduate Medical Journal, 71 (842), 712-716 DOI: 10.1136/pgmj.71.842.712

Kafka, P. (2008). Structural Family Therapy. An Effective Approach to Understanding and Healing Families http://clinical-psychology.suite101.com/article.cfm/structural_family_therapy#ixzz0gY0eE1qc

Minuchin S (1998). Where is the family in narrative family therapy? Journal of marital and family therapy, 24 (4), 397-403 PMID: 9801999

Foto: http://vig-fp.prenhall.com/bigcovers/0205543200.jpg

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3 Comentários:

Blogger william h stutz disse...

Adorei a abordagem. Parabéns

25 de fevereiro de 2010 às 09:38  
Blogger esqueci a ana (ex-ana) disse...

Aprendi com o que li. Obrigada Vanessa. Já tinha também lido em 2009 um texto sobre triangulação muito interessante.

25 de fevereiro de 2010 às 13:24  
Anonymous Anônimo disse...

Hola degustación d este blog es muy exorbitantes , vistas como éste apreciar destacados quien analizar este blog!!!

28 de fevereiro de 2011 às 11:44  

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