segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM)


Continuando o tema do primeiro post sobre o assunto, este é destinado a explicar melhor o que é a TPM e o que é o TDPM.
A TPM é bem conhecida e pode ser entendida rapidamente com uma visita à Wikipedia:
"A tensão pré-menstrual (conhecida pela sigla TPM) é uma síndrome que atinge as mulheres e que ocorre, em maior ou menor grau, nos dias que antecedem a menstruação. Ela se caracteriza por uma irritabilidade e ansiedade mais acentuadas, bem como manifestações físicas, como por exemplo dor nas mamas, distensão abdominal e cefaléia. Decorre da retenção de sódio e água ."

O Transtorno Disfórico Pré Menstrual (TDPM) é uma forma mais grave da TPM, que afeta de 3 a 8% das mulheres. A principal característica do TDPM é a severidade dos sintomas, que podem causar disfunção física, psíquica ou emocional. Nestes casos o tratamento é recomendado pois o TDPM interfere com a habilidade da mulher de funcionar socialmente ou no trabalho. Os principais sintomas, como na TPM incluem (mas de forma mais severa):
  • sentimentos profundos de tristeza ou desepero, com possível ideação suicida
  • tensão ou ansiedade extremas
  • ataques de pânico
  • diarreia
  • alterações do humor, choro
  • irritabilidade ou raiva persistentes que criam conflitos interpessoais - tipicamente as mulheres não percebem o impacto que o transtorno tem nos familiares e amigos próximos
  • apatia ou desinteresse em atividades de vida diária
  • infecções por cândida (sapinho) - Candida albicans
  • dificuldades de concentração
  • fadiga
  • insônia ou hipersonia
  • inchaço
  • palpitações
  • dores nas mamas
  • dores de cabeça, nos músculos ou articulações
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana (1994), os critérios para o transtorno são os seguintes:


A. Os sintomas devem ocorrer durante a semana anterior à menstruação e remitirem poucos dias após o início desta. Cinco dos seguintes sintomas devem estar presentes e pelo menos um deles deve ser o de número 1, 2, 3, ou 4:

1. Humor deprimido, sentimentos de falta de esperança ou pensamentos autodepreciativos.
2. Ansiedade acentuada, tensão, sentimentos de estar com os “nervos à flor da pele”.
3. Significativa instabilidade afetiva.
4. Raiva ou irritabilidade persistente e conflitos interpessoais aumentados.
5. Interesse diminuído pelas atividades habituais.
6. Sentimento subjetivo de dificuldade em se concentrar.
7. Letargia, fadiga fácil ou acentuada falta de energia.
8. Alteração acentuada do apetite, excessos alimentares ou avidez por determinados alimentos.
9. Hipersonia ou insônia.
10. Sentimentos subjetivos de descontrole emocional.
11. Outros sintomas físicos, como sensibilidade ou inchaço das mamas, dor de cabeça, dor articular ou muscular, sensação de inchaço geral “e ganho de peso”.

B. Os sintomas devem interferir ou trazer prejuízo no trabalho, na escola, nas atividades cotidianas ou nos relacionamentos.

C. Os sintomas não devem ser apenas exacerbação de outras doenças.

D. Os critérios A, B, e C devem ser confirmados por anotações prospectivas em diário durante pelo menos dois ciclos consecutivos.


Tratamento

Em geral mudanças no estilo de vida como dieta e exercícios podem melhorar alguns sintomas. Alguns antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina (ISRS) parecem melhorar o quadro: fluoxetina, sertralina, paroxetina e escitalopram. Para muitas mulheres, o uso de métodos hormonais que suprimem os períodos menstruais, seja o Dispositivo Intra Uterino (DIU) hormonal, os implantes hormonais ou pílulas contraceptivas que devem ser tomadas por tempo indeterminado produzem alívio ao impedir as oscilações hormonais.

Para ler mais: celebridades brasileiras que sofriam com a TPM e usam hormônios contraceptivos de longo prazo. Reportagem da revista Veja de agosto de 2000.
Escolha polêmica. Suspender a menstruação tem sido uma alternativa para tratar doenças e evitar a TPM - Reportagem do Estado de São Paulo de 15 de Abril de 2006.


Referências:

ResearchBlogging.org

American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorder. Washington DC: American PSYCHIATRIC ASSOCIATION PRESS, 2004.

HALBREICH, U. (2003). The prevalence, impairment, impact, and burden of premenstrual dysphoric disorder (PMS/PMDD) Psychoneuroendocrinology, 28, 1-23 DOI: 10.1016/S0306-4530(03)00098-2 

Rapkin & Winer. Premenstrual Syndrome and Premenstrual Dysphoric Disorder: Quality of Life: Etiology of PMS/PMDD and Comorbidity With Psychiatric and Medical Disorders. Medscape Today.
 
Valadares et al. Transtorno disfórico pré-menstrual revisão – conceito, história, epidemiologia e etiologia. Revista de Psiquiatria Clínica 2006, vol.33, n.3, pp. 117-123.
Jornal Brasileiro de Psiquiatria
 
Vieira & Gaion. Impacto da síndrome pré-menstrual no estado de humor de atletas. J. bras. psiquiatr. vol.58 no.2 Rio de Janeiro 2009.

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14 Comentários:

Blogger Vanessa disse...

Caros leitores... novamente dificuldades para postar comentarios. Entrarei em contacto com o blogger para tentar resolver. Peco desculpas pelo transtorno

24 de novembro de 2009 às 07:49  
Blogger Vanessa disse...

Aparentemente mesmo quando aparece a mensagem de erro o comentario 'e publicado. Vou continuar tentando sanar o problema com a equipe do blogger.

24 de novembro de 2009 às 07:56  
Anonymous Anônimo disse...

Kkkkk eu ri dessa palhaçada

27 de julho de 2014 às 10:59  
Blogger Unknown disse...

Qual especialidade médica faz o diagnóstico e tratamento, eu realmente estou preocupada pois me enquadro em todos os sintomas, e tenho afetado meus entes queridos de forma negativa, estou sofrendo muito com isso

24 de dezembro de 2016 às 00:56  
Anonymous Anônimo disse...

É às vezes necessário para expor bem para fácil de prestar atenção,
como vi aqui nesse texto. Irei ler outro texto do seu diário virtual.

3 de março de 2019 às 18:24  
Anonymous Anônimo disse...

Conecte-se com outras seres humanos com mazela renal.

7 de março de 2019 às 01:37  
Anonymous Anônimo disse...

Ossos fracos. In: Ginecologia de Consultório.

28 de março de 2019 às 01:55  
Anonymous Anônimo disse...

Olha eu de novo. Palato muito de comentar em seu diário virtual
porque admiro método que você usa para se comunicar com o ledor.

3 de abril de 2019 às 04:51  
Anonymous Anônimo disse...

A margem se encontra dentro de infecções graves.

13 de abril de 2019 às 08:45  
Anonymous Anônimo disse...

Jamais existem sinais em homens.

13 de abril de 2019 às 17:14  
Anonymous Anônimo disse...

A diferença se encontra em infecções graves.

13 de abril de 2019 às 21:18  
Anonymous Anônimo disse...

A candidíase geralmente jamais é transmitida.

14 de abril de 2019 às 14:14  
Anonymous Anônimo disse...

Ossos fracos. In: Ginecologia com Consultório.

15 de abril de 2019 às 05:13  
Anonymous Anônimo disse...

Além do mais, previne a gestação indesejada.

15 de abril de 2019 às 14:53  

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