quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Juramento à bandeira


O texto abaixo nada tem a ver com psiquiatria. Foi escrito como uma resposta à crítica de um professor da UFU à solenidade de juramento à bandeira, que chamou de retrógrada e inútil (o texto pode ser lido na íntegra aqui em post do dia 23 de outubro de 2009 e aqui no dia 26\11\2009).

Aqui vai a resposta que escrevi

Juramento vital ou juramento supérfluo?


Respeito a a opinião do Prof. Eduardo Macedo de Oliveira sobre o serviço militar obrigatório a jovens de 18 anos em nosso país, mas foi-me impossível conter-me e devo discordar de sua crítica ao juramento à bandeira, descrita no Correio de Uberlândia de 26/11/2009. O que ele chama de solenidade retrógrada e inútil é tão somente o reconhecimento do valor do símbolo máximo da nossa pátria. Falta ao prezado professor e provavelmente à grande maioria dos jovens que estiveram presentes na dita solenidade o mínimo de conhecimento da simbologia e do significado de suas ações. Infelizmente, longe vão os tempos das aulas de “Moral e Cívica” e o sentido de unidade, de nação, tem estado perdido há muito tempo.

O juramento à Bandeira serve para marcar de forma indelével o compromisso com a Pátria. Jurar à bandeira é jurar manter objetivos, estratégias e assegurar a defesa nacionais; proteger os cidadãos, com a garantia de que aqueles que não possam lutar sejam defendidos em um momento de necessidade. Quem jura à bandeira deveria entender que está a jurar garantir a soberania nacional, com a preservação da integridade territorial e dos interesses nacionais, jurando garantir a preservação da coesão e da unidade da Nação. O conhecimento do que é a bandeira e o que é o ato do juramento deveriam sim fazer com que seu filho e muitos outros rapazes tivessem mais amor e cuidado com a pátria.

O sucateamento das Forças Armadas, outro tema referido pelo prezado professor, de fato tem acontecido e é uma vergonha. Entendo que a geração que sofreu repressão a partir de 1964 sofra de calafrios ao ouvir falar de um “exército forte”. Entretanto, há ainda quem entenda a necessidade do poderio militar brasileiro e luta para ensinar, divulgar e manter o seu valor. Como ocorre após períodos de grande repressão, o pêndulo histórico da transformação levou-nos como sociedade ao extremo oposto, com o individualismo cruel e a perda do sentido de Pátria. Eventualmente o pêndulo movimenta-se novamente e resta-me esperar que seja no sentido de encontrar o equilíbrio entre um exército digno, com militares devidamente treinados e bem pagos para defender um Estado Democrático de Direito, interessado em manter o bem estar de seus cidadãos.

Dra. Vanessa Marsden
Médica psiquiatra, Mestre em Psiquiatria e Saúde Mental e Adesguiana
vanessamarsden@hotmail.co.uk
http://www.psiquiatriaetoxicodependencia.blogspot.com/

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