terça-feira, 23 de março de 2010

Avaliação do comportamento sexual anormal e de criminosos sexuais

Mais comum em homens que mulheres
Maiores taxas em homens na população geral: fantasias de iniciar adolescentes, fantasias de estupro

Parafilias

Transtornos mentais
Parafilias são fantasias, impulsos ou comportamentos sexualmente excitantes, recorrentes, intensas, que envolvem:

1. Objetos não humanos
2. Sofrimento ou humiliação do paciente ou do parceiro sexual
3. Crianças ou outras pessoas que não consentem com o ato

Deve haver marcado sofrimento ou prejuízo no funcionamento interpessoal, social, ocupacional ou outro

A visão de que as parafilias são transtornos mentais não é universal e os críticos afirmam que o termo "parafilia" continua sendo perjorativo na maioria das circunstâncias. Há também dificuldades em definir quais comportamentos são parafílicos e quais são variações normais do interesse sexual. Por exemplo, o DSM teve dificuldade em definir sadismo sexual em um parceiro consensual como transtorno parafílico e desta forma a categoria foi incluída o DSM-IV-TR com o adendo "a pessoa age baseada nestas urgências com outra que não consente; ou o comportamento causa importante dificuldades e dificuldades interpessoais".


Albert Eulenburg, um neurologista alemão com interesse na área da sexologia foi quem notou uma comunalidade através das diferentes parafilis e utilizou esta terminologia pela primeira vez:
"Todas as formas de perversões sexuais (...) tem uma coisa em comum: estão profundamente enraizadas na matriz da vida normal e nautral; elas estão de certa forma conectada muito de perto com sentimentos e expressões de nosso erotismo fisiológico. Elas são (...) intensificações, distorções hiperbólicas, frutos monstruosos de certas expressões parciais e secondárias deste erotismo considerado "normal" ou dentro dos limites dos sentimentos sexuais saudáveis."

Tipos:

Fetichismo
Excitação sexual por um objeto não-humano, geralmente peças de roupas. A textura pode ser relevante. Parcialismo é um tipo de fetichismo que envolve especificamente partes não sexuais do corpo.

Travestismo fetichista
Excitação sexual pelo uso de roupas do sexo oposto

Exibicionismo
Necessidade recorrente de exposição dos genitais a estranhos. Também pode ser a necessidade recorrente de realizar atos sexuais em espaços públicos, às vistas de observadores inocentes.

Voyeurismo
Excitação sexual ao observar uma pessoa que não suspeita do ocorrido a se despir ou engajada em atividade sexual

Pedofilia
Exictação sexual por crianças

Sadomasoquismo
Excitação sexual ao inflingir ou receber dor, ao exercitar poder ou por submissão a autoridade

Outros transtornos
Frotteurismo – esfregar-se ou tocar outro indivíduo, que não consente com o ato
Necrofilia (preferência sexual por cadáveres)
Escatologia (telefonemas obcenos a pessoas que não consentem)
Parcialismo (partes do corpo)
Zoofilia (preferência sexual por animais)
Coprofilia (excitação sexual por fezes)
Urofilia (urina)
Klismafilia (enemas)
Emetofilia (vômito)
Asfixiofilia (excitação sexual através de asfixia)

Aspectos clínicos

Maior nível de comorbidade com outros transtornos mentais. Pode estar associado com risco aumentado de auto-mutilação ou risco de agressão a outros. Pode ser responsivo a tratamento.

Parafilia opcional
rota alternativa para excitação sexual. Ex. um homem que às vezes se excita ao vestir roupas de mulher

Parafilia preferida
Pessoa que prefere a parafilia a atividades sexuais convencionais, mas também realiza estas últimas. Ex. um homem que prefere usar roupas de mulher durante a atividade sexual, sempre que possível.

Parafilia exclusiva
A pessoa não consegue ter relações sexuais na ausência da parafilia ou do objeto parafílico.

Aspectos legais
(Estes aspectos dizem respeito à lei inglesa)

 Comportamentos sexual desviante não é base para deter sob Mental Health Act, mas se um transtorno mental se manifesta como parafilia, pode-se conseguir deter neste aspecto. Ex: crise maníaca de um transtorno bipolar que se manifesta como exibicionismo.
O implante cirúrgico de hormônios para reduzir a libido é sujeito a medidas especiais na Inglaterra, mas medicamentos anti-libido não.
De acordo com o Mental Health Act, indivíduos que sofrem de parafilias podem ser detidos independentemente de outros transtornos mentais (em prisões normais, não hospitais)

Métodos de avaliação de criminosos sexuais – aspectos clínicos

  •  História psiquiátrica completa
  • Exame do estado mental
  • Exame físico
    • Excluir perturnações cerebrais como: epilepsia, tumor, esclerose múltipla, trauma craniano, demencia, desordens cromossômicas, desordens que afetam a função sexual (como o diabetes)
  • Observação (comunidade e hospital):
    • Evidência de excitação sexual e comportamento desviante
    • Atitudes em relação às mulheres
    • Interesse em crianças
    • Acesso a pornografia
    • Agressão e necessidade de controle ou domínio
    • Na comunidade:
      • Depoimentos de testemunhas
      • Depoimentos de amigos e familiares 
Avaliação psicofisiológica

Penile Plethysmography (PPG) ou Falometria



PPG mede o fluxo sanguíneo ao pênis. O método mais comum envolve a medida da circunferência ou do volume do pênis. No caso de agressores sexuais, é tipicamente utilizado para determinar o nível de excitação sexual quando o indivíduo é exposto a conteúdo sexualmente sugestivo (filmes, fotos ou áudio).  Em geral os resultados do PPG são utilizados como parte da avaliação da reabilitação de indivíduos detidos, mas não para determinar se um indivíduo é culpado ou inocente.
Disponível em prisões e hospitais de segurança máxima
Mede o volume ou circunferência do pênis em resposta a imagens sexualmente esitmulantes em setting laboratorial

Vantagens:
• Confronta indivíduos com altos níveis de negação (Kennedy e Grubin, 1992)
• Evidência de resposta
• Evidência da habilidade do paciente de suprimir a resposta
• O clínico pode confrontar o paciente
• Os resultados do PPG podem ser usados como evidência para alto risco de recidivismo na pedofilia
• Útil para monitorar o progresso do paciente

Limitações:
• Não há um equipamento estandardizado
• Falta de metodologia estandardizada
• Não se sabe se o setting laboratorial reflete o setting da vida real
• Potencialmente intrusivo
• Pode-se falsificar respostas
• Faltam dados compreensivos na população em geral
Pode ser mais aplicável a certos tipos de agressores sexuais (parafílicos)
• Muito pouca pesquisa em PG vaginal

Polígrafo
Facilita a descoberta de fantasias e comportamentos sexuais desviantes
Serve para monitorar: libertação de prisioneiros, alta parcial ou aqueles que a quem foram dadas penas suspensas (cumprem medidas na comunidade).
Fotos:

Marcadores: ,

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

hi, new to the site, thanks.

19 de fevereiro de 2011 às 17:37  

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial