Santo Daime, drogas, religião, loucura e crime
Para os leitores de Portugal, que não devem estar sabendo da polêmica e do crime que ocorreu no Brasil, vou esclarecê-los ligeiramente:
Glauco, um famoso cartunista brasileiro, foi assassinado juntamente de seu filho mais velho de 25 anos neste fim de semana em sua casa em São Paulo. O cartunista também era "bispo" de uma seita religiosa brasileira, o Santo Daime, que começou na amazônia algumas décadas atrás. O conceito geral desta seita (que pode ser conferido melhor e em detalhe na wikipedia) gira em torno de uma bebida alucinógena conhecida como Santo Daime.
Há pouco tempo atrás, a bebida foi descrimininalizada para uso religioso. O cartunista aparentemente foi morto por um dos membros de sua seita que dizia ser "Jesus" enquanto estava com aspecto intoxicado.
O texto abaixo é um artigo de opinião de Reinaldo Azevedo, colunista da Revista Veja, que tenta dissecar melhor a confusão de drogas, religião e loucura que parece ter se misturado neste episódio.
GLAUCO E RAONI: CRESCEM AS CONTRADIÇÕES
segunda-feira, 15 de março de 2010
5:53
Impressionante a agressividade de alguns comentários por conta dos dois posts que escrevi sobre o assassinato do cartunista Glauco e de Raoni, seu filho. Impressiona porque estou me limitando a apontar algumas contradições numa história trágica, mas cujo enredo poderia ser muito simples. Alguns também estão furiosos porque contestei, e o farei de novo — não tentem me intimidar com correntes de opinião porque isso nunca funciona — que o daime seja uma “doutrina cristã”.
Há dois líquidos que podem fazer parte de narrativas cristãs: água e vinho. Fora disso, é invenção sem lastro histórico. A liberdade de expressão garante que as pessoas chamem o que bem entenderem de “cristianismo”. Um mínimo de rigor dirá que afirmar que o daime é uma “doutrina cristã” é uma bobagem.
CONTRADIÇÕES
Começo pela questão mais importante no momento, que é descobrir, afinal de contas, o que aconteceu, com a conseqüente punição do assassino. As contradições vão se avolumando.
1 - O advogado - A primeira e mais óbvia atende pelo nome de Ricardo Handro, advogado de Glauco. Ele tem de vir a público para explicar por que concedeu uma entrevista afirmando que se tratava de uma ação de bandidos comuns. A imprensa quer fazer de conta que isso não aconteceu e dar um chá de sumiço no rapaz? É uma vergonha que aja assim. Ontem, no Fantástico, “Madrinha Bia”, mulher de Glauco, deu a sua versão dos acontecimentos. Quando Handro concedeu a sua entrevista, certamente já havia falado com a viúva. Foi a polícia que descobriu que Cadu, o assassino, era um “conhecido da família”.
2 - O acompanhante - Eu havia estranhado que alguém em surto, dizendo-se Jesus, conseguisse arrastar um parceiro em sua maluquice. Ontem, Felipe de Oliveira Iasi, que acompanhou Cadu à casa de Glauco, apresentou-se à Polícia. Segundo Bia, ele não parecia “muito normal porque estava com o olho muito arregalado, sabe?”. Sei. A viúva diz que ele assistiu a tudo, impassível, sentado no sofá. E que saiu de lá em companhia do assassino.
3 - Onde ficou Felipe? - O advogado de Felipe afirma que não foi assim. Seu cliente teria ficado no carro e deixado o local antes de saber do duplo homicídio. Vamos ver: o rapaz é coagido pelo amigo, ameaçado por uma pistola, a conduzi-lo até a casa do cartunista. Tão logo o surtado desce do carro, Felipe, em vez de ir embora e chamar a polícia, preferiu ficar por ali, dando um tempo…
4 - A versão de Juliana - O curioso é que, segundo o delegado Archimedes Cassão Veras Júnior, Juliana, enteada de Glauco e filha de “Madrinha Bia”, endossa, nesse particular, a versão de Felipe, não a da mãe. A moça foi ouvida na sexta-feira.
5 - Ser ou não Jesus - desde que ficou evidente que a versão inicial do advogado Handro era falsa, todos só concordam numa coisa — e essa coisa não deixa de ser, diante da Justiça, FAVORÁVEL A CADU: ele seria meio maluco. Até o depoimento de “Madrinha Bia” caminha por aí. Passou-se a noticiar a versão de que o rapaz queria que Glauco asseverasse a sua mãe que ele era “Jesus”. Diz Bia ao Fantástico:
“Ele queria que o Glauco afirmasse que ele era o poderoso. Aí eu mesma afirmei que ele era Jesus. Eu falei: ‘não, pra mim você é Jesus’. O Glauco em nenhum momento afirmou”.
6 - Encontro de versões - Atenção para um detalhe que parece sutil, mas que pode se tornar central. Notem que, então, essa história de que o rapaz era Jesus foi uma tentativa da “Madrinha Bia” de aplacar o surto de Cadu — não teria partido dele próprio. Segundo o advogado de Felipe, no entanto, quando seu cliente foi rendido, o outro já se dizia “Jesus”. Não lhes parece que há o risco de estarmos diante de uma espécie, assim, de encontro de versões?
7 - Conveniência - Tenho algumas hipóteses e dúvidas, como todo mundo. De uma coisa, no entanto, EU JÁ NÃO DUVIDO MAIS. Caracterizar Cadu como maluco tornou-se conveniente para todo mundo: 1) para a igreja Céu de Maria; 2) para o acompanhante Felipe; 3) para o próprio assassino.
PATRULHA
E agora falarei um pouco da patrulha. Cada um, reitero, chame de “cristão” o que bem entender. Eu me dou o direito de discordar. Não custa lembrar que o nome da igreja de Glauco, ”Céu de Maria”, não é exatamente uma homenagem à mãe do Cristo, à Imaculada. Segundo apurei — e parece ser notório —, é uma referência à “Santa Maria”, nome como é conhecida a maconha para, vá lá, uso ritualístico. Sua igreja pertencia a uma dissidência que passou a incorporar essa erva nas cerimônias: como, em que condições e para quem, bem, isso, confesso, não sei nem me interessa.
Na Internet, há um intenso debate sobre distorções a que o daime original teria sido submetido. Confesso que acho esse debate aborrecido porque fica parecendo uma guerrinha de religiões. O que acho preocupante, aí sim — e se torna um assunto de saúde pública —, é que substâncias psicoativas sejam usadas em cerimônias religiosas, eventualmente atraente a jovens, sem, parece-me, uma abordagem criteriosa.
Comecei a ter crises de pânico em 1986, antes de a doença virar arroz de festa nas igrejas pentecostais eletrônicas — que atribuem a coisa a manifestações do capeta. Curei, ou controlei (estou sem ela há uns 10 anos), a minha doença com antidepressivos. Os vigaristas prometem resolver tudo com o dízimo… À época, a coisa era de diagnóstico difícil; os médicos tinham receio de abraçar essa abordagem. Tive sorte.
A primeira recomendação do médico que passou a cuidar de mim: “Se você fuma maconha, pare; está provado que ela precipita crises de pânico”. Eu não fumava. Mas me surpreendi que algo tido como “inofensivo” (nunca acreditei nisso) pudesse estar associado a uma doença tão terrível. Até hoje, há quem confunda Síndrome do Pânico com medo de avião ou de barata… É um troço devastador.
Não é segredo para ninguém que o daime está atraindo viciados em drogas, que encontrariam nos cultos — e os jornais andaram publicando testemunhos — uma chance de se livrar do vício. Durante um bom tempo, a religião ficou restrita a um círculo de iniciados. Passou pela fase da glamorização, com a adesão de artistas e de descolados (seria a nossa “cientologia do cipó?”), e está começando a se popularizar. Segundo o testemunho de uma fotógrafa, publicado na Folha, administra-se a bebida também a bebês em cerimônias de batismo.
Não vou debater a metafísica do daime e seu impressionante sincretismo. O que acho preocupante nessa história não é o alcance teórico da teologia, mas a ainda ignorância do alcance químico desta particularíssima eucaristia.
E só para encerrar: não estou satanizando pessoas ou religiões. Estou exercendo o meu direito de expor estranhamentos. Acho que eles colaboram para que a morte de Glauco e a de Raoni não terminem sem culpados.
Glauco, um famoso cartunista brasileiro, foi assassinado juntamente de seu filho mais velho de 25 anos neste fim de semana em sua casa em São Paulo. O cartunista também era "bispo" de uma seita religiosa brasileira, o Santo Daime, que começou na amazônia algumas décadas atrás. O conceito geral desta seita (que pode ser conferido melhor e em detalhe na wikipedia) gira em torno de uma bebida alucinógena conhecida como Santo Daime.
Há pouco tempo atrás, a bebida foi descrimininalizada para uso religioso. O cartunista aparentemente foi morto por um dos membros de sua seita que dizia ser "Jesus" enquanto estava com aspecto intoxicado.
O texto abaixo é um artigo de opinião de Reinaldo Azevedo, colunista da Revista Veja, que tenta dissecar melhor a confusão de drogas, religião e loucura que parece ter se misturado neste episódio.
GLAUCO E RAONI: CRESCEM AS CONTRADIÇÕES
segunda-feira, 15 de março de 2010
5:53
Impressionante a agressividade de alguns comentários por conta dos dois posts que escrevi sobre o assassinato do cartunista Glauco e de Raoni, seu filho. Impressiona porque estou me limitando a apontar algumas contradições numa história trágica, mas cujo enredo poderia ser muito simples. Alguns também estão furiosos porque contestei, e o farei de novo — não tentem me intimidar com correntes de opinião porque isso nunca funciona — que o daime seja uma “doutrina cristã”.
Há dois líquidos que podem fazer parte de narrativas cristãs: água e vinho. Fora disso, é invenção sem lastro histórico. A liberdade de expressão garante que as pessoas chamem o que bem entenderem de “cristianismo”. Um mínimo de rigor dirá que afirmar que o daime é uma “doutrina cristã” é uma bobagem.
CONTRADIÇÕES
Começo pela questão mais importante no momento, que é descobrir, afinal de contas, o que aconteceu, com a conseqüente punição do assassino. As contradições vão se avolumando.
1 - O advogado - A primeira e mais óbvia atende pelo nome de Ricardo Handro, advogado de Glauco. Ele tem de vir a público para explicar por que concedeu uma entrevista afirmando que se tratava de uma ação de bandidos comuns. A imprensa quer fazer de conta que isso não aconteceu e dar um chá de sumiço no rapaz? É uma vergonha que aja assim. Ontem, no Fantástico, “Madrinha Bia”, mulher de Glauco, deu a sua versão dos acontecimentos. Quando Handro concedeu a sua entrevista, certamente já havia falado com a viúva. Foi a polícia que descobriu que Cadu, o assassino, era um “conhecido da família”.
2 - O acompanhante - Eu havia estranhado que alguém em surto, dizendo-se Jesus, conseguisse arrastar um parceiro em sua maluquice. Ontem, Felipe de Oliveira Iasi, que acompanhou Cadu à casa de Glauco, apresentou-se à Polícia. Segundo Bia, ele não parecia “muito normal porque estava com o olho muito arregalado, sabe?”. Sei. A viúva diz que ele assistiu a tudo, impassível, sentado no sofá. E que saiu de lá em companhia do assassino.
3 - Onde ficou Felipe? - O advogado de Felipe afirma que não foi assim. Seu cliente teria ficado no carro e deixado o local antes de saber do duplo homicídio. Vamos ver: o rapaz é coagido pelo amigo, ameaçado por uma pistola, a conduzi-lo até a casa do cartunista. Tão logo o surtado desce do carro, Felipe, em vez de ir embora e chamar a polícia, preferiu ficar por ali, dando um tempo…
4 - A versão de Juliana - O curioso é que, segundo o delegado Archimedes Cassão Veras Júnior, Juliana, enteada de Glauco e filha de “Madrinha Bia”, endossa, nesse particular, a versão de Felipe, não a da mãe. A moça foi ouvida na sexta-feira.
5 - Ser ou não Jesus - desde que ficou evidente que a versão inicial do advogado Handro era falsa, todos só concordam numa coisa — e essa coisa não deixa de ser, diante da Justiça, FAVORÁVEL A CADU: ele seria meio maluco. Até o depoimento de “Madrinha Bia” caminha por aí. Passou-se a noticiar a versão de que o rapaz queria que Glauco asseverasse a sua mãe que ele era “Jesus”. Diz Bia ao Fantástico:
“Ele queria que o Glauco afirmasse que ele era o poderoso. Aí eu mesma afirmei que ele era Jesus. Eu falei: ‘não, pra mim você é Jesus’. O Glauco em nenhum momento afirmou”.
6 - Encontro de versões - Atenção para um detalhe que parece sutil, mas que pode se tornar central. Notem que, então, essa história de que o rapaz era Jesus foi uma tentativa da “Madrinha Bia” de aplacar o surto de Cadu — não teria partido dele próprio. Segundo o advogado de Felipe, no entanto, quando seu cliente foi rendido, o outro já se dizia “Jesus”. Não lhes parece que há o risco de estarmos diante de uma espécie, assim, de encontro de versões?
7 - Conveniência - Tenho algumas hipóteses e dúvidas, como todo mundo. De uma coisa, no entanto, EU JÁ NÃO DUVIDO MAIS. Caracterizar Cadu como maluco tornou-se conveniente para todo mundo: 1) para a igreja Céu de Maria; 2) para o acompanhante Felipe; 3) para o próprio assassino.
PATRULHA
E agora falarei um pouco da patrulha. Cada um, reitero, chame de “cristão” o que bem entender. Eu me dou o direito de discordar. Não custa lembrar que o nome da igreja de Glauco, ”Céu de Maria”, não é exatamente uma homenagem à mãe do Cristo, à Imaculada. Segundo apurei — e parece ser notório —, é uma referência à “Santa Maria”, nome como é conhecida a maconha para, vá lá, uso ritualístico. Sua igreja pertencia a uma dissidência que passou a incorporar essa erva nas cerimônias: como, em que condições e para quem, bem, isso, confesso, não sei nem me interessa.
Na Internet, há um intenso debate sobre distorções a que o daime original teria sido submetido. Confesso que acho esse debate aborrecido porque fica parecendo uma guerrinha de religiões. O que acho preocupante, aí sim — e se torna um assunto de saúde pública —, é que substâncias psicoativas sejam usadas em cerimônias religiosas, eventualmente atraente a jovens, sem, parece-me, uma abordagem criteriosa.
Comecei a ter crises de pânico em 1986, antes de a doença virar arroz de festa nas igrejas pentecostais eletrônicas — que atribuem a coisa a manifestações do capeta. Curei, ou controlei (estou sem ela há uns 10 anos), a minha doença com antidepressivos. Os vigaristas prometem resolver tudo com o dízimo… À época, a coisa era de diagnóstico difícil; os médicos tinham receio de abraçar essa abordagem. Tive sorte.
A primeira recomendação do médico que passou a cuidar de mim: “Se você fuma maconha, pare; está provado que ela precipita crises de pânico”. Eu não fumava. Mas me surpreendi que algo tido como “inofensivo” (nunca acreditei nisso) pudesse estar associado a uma doença tão terrível. Até hoje, há quem confunda Síndrome do Pânico com medo de avião ou de barata… É um troço devastador.
Não é segredo para ninguém que o daime está atraindo viciados em drogas, que encontrariam nos cultos — e os jornais andaram publicando testemunhos — uma chance de se livrar do vício. Durante um bom tempo, a religião ficou restrita a um círculo de iniciados. Passou pela fase da glamorização, com a adesão de artistas e de descolados (seria a nossa “cientologia do cipó?”), e está começando a se popularizar. Segundo o testemunho de uma fotógrafa, publicado na Folha, administra-se a bebida também a bebês em cerimônias de batismo.
Não vou debater a metafísica do daime e seu impressionante sincretismo. O que acho preocupante nessa história não é o alcance teórico da teologia, mas a ainda ignorância do alcance químico desta particularíssima eucaristia.
E só para encerrar: não estou satanizando pessoas ou religiões. Estou exercendo o meu direito de expor estranhamentos. Acho que eles colaboram para que a morte de Glauco e a de Raoni não terminem sem culpados.
Marcadores: Abuso de drogas, alucinógenos, esquizofrenia e psicose, maconha/cannabis/haxixe, psiquiatria forense, transtornos de ansiedade
9 Comentários:
Não estou por dentro do assunto mas li o post todo, vou apenas comentar no que respeita ao uso de drogas em nome da religião é um absurdo. Que ridículo.
Sinceramente, acho muito conveniente a psicose do assassino. Perdemos o Glauco!!! Grande artista, boníssima pessoa!!! Infelizmente, mesmo entre pessoas aparentemente cultas, existe um enorme preconceito contra o Daime. Engraçado, o vinho cristão ser uma bebida alcóolica entorpecedora, que turva a mente, mas não uma bebida fermentada elucidativa (não alucinatória, como preferem os preconceitosos cristãos-católicos-hipócritas). Muitos crimes já aconteceram em outras igrejas, de outras religiões... O Daime não transforma ninguém em assassino. Provavelmente, os problemas do criminoso em questão são outros, hereditários, familiares, culturais... Acho muito maior (pior) a negligência familiar dele. Conhecidamente usuário de drogas e "protegido" do paizinho... filhinho da mamãe... Culpar o Daime, quando é uma religião benéfica a milhares de pessoas no mundo inteiro por conta de um ou outro caso (comparativamente insignificantes estatísticamente) é o mesmo que dizer ser certo mesmo a religião Católica e que a espiritualidade indígena deve ser dizimada da Terra, como os ibéricos quase conseguiram. PRECONCEITO, FALTA DE CONHECIMENTO!!!! Se este assassino, que agora quer se passar por louco, se dizendo Cristo, fizesse isto na sua igreja (onde frequenta a sua família) aposto que o trataria apenas como um bandido comum.
Você já leu a descrição da experiência do Caetano Veloso sobre o uso do Daime? Recomendo. Está no livro VERDADE TROPICAL, cap. "DIVINO MARAVILHOSO".
Ola Ricardo. Nao li o livro mas a recomendação está anotada e vou conferir.
Sobre a questão do uso do vinho no cristianismo e do Daime, há algumas diferenças que devo salientar: o vinho é realmente um entorpecente (um depressor do sistema nervoso central) mas não é bebido com intenção de causar intoxicação. Apenas um gole é bebido a cada cerimônia.
O Daime, entrentanto, é um alucinógeno, que mesmo em pequenas quantidades causa um "desarranjo" dos neurotransmissores e um estado alterado de consciência, objetivo final do uso da substância. Não quero defender um ou outro, mas diferenças no uso devem ser destacadas.
Um exemplo interessante sobre o assunto seria o uso de Peyote pelos índios norte-americanos, que também foi descriminalizado nos EUA mas de forma limitada. O assunto é um bocado grande para um comentário, mas posso fazer um post sobre o assunto e traçar paralelos com o Daime e seu uso no Brasil.
Obrigada pela participação!
Vanessa! Olha achei horrível a forma como a imprensa (A GLOBO) tratou o acusado de matar o Glauco. Se esse rapaz é mesmo o assassino ok, espero que ele pague por isso mas a lei (polícia + justiça) também não tem o direito de expor de forma tão banal a vida de um doente mental. Caso seja verdade que este rapaz é doente, ao menos eu fique com essa impressão!
Estou errado?? Talvez não tenha entendido toda a história do assassinato.
Fábio, a imprensa em geral e especialmente a brasileira gosta mesmo é de um "freak show", um circo de horrores para garantir audiência. E nada melhor para eles e para uma população ignorante e sádica do que a história do "louco" violento. Desde os séculos 17 e 18, com o surgimento dos primeiros asilos e manicômios as pessoas pagavam para vê-los a desempenhar suas loucuras. Pouco mudou. Gostamos de pensar que somos mais evoluídos, mas ainda somos atraídos como sociedade para um freak show.
Em um país com tão pouca consideração pela vida humana como ocorre no Brasil, não é de se estranhar a exposição de qualquer criminoso ou alegado criminoso desta forma.
Aqui na Europa veicular a imagem de suspeitos é proibido a não ser que autorizado pelos tribunais e até que se prove que alguém é de fato culpado, os jornais obrigatoriamente se referem a tais indivíduos como o "alegado assassino", evitando crucificações e julgamentos precipitados.
oi visite o meu blog de sindrome, obrigado.
SMM
visitado!
Muito bom seu post. Adorei tudo que diz e também assino embaixo,
porque concordo com a maioria das coisas que você pensa sobre o assunto.
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